A preocupação com a
deterioração do Ambiente ditou que, desde 1970, o dia 22 de abril
constituísse uma jornada de alerta e de compromisso na preservação da
sustentabilidade da Terra.
Associando-se a este pacto,
a equipa das Bibliotecas Escolares convidou, para a 9.ª edição da “Tertúlia
Conversas ao Borralho”, oito personalidades que, em conjunto, apontassem soluções
alternativas ao futuro ameaçado do planeta.
Aceitaram o desafio os professores
doutores Jorge Paiva (Universidade de Coimbra) e Patrícia Sá
(Universidade de Aveiro), os músicos Andreia Monteiro, Constança Monteiro,
Daniel Mendes e Manuel Ribeiro, as narradoras Graça Boaventura e Sofia
Souto Moniz, os quais conferiram à tertúlia - tradicionalmente muito
informal - a profundidade e a reflexão que se impunha.
Num ambiente feérico,
iluminado por velas, Graça Boaventura abriu a tertúlia, lendo
excertos da Carta do Chefe índio Seattle ao Grande Chefe de
Washington, o que desde logo deixou no ar uma frase - Tudo o que acontece
à Terra acontece aos filhos da terra…
Seguiram-se Andreia
Monteiro, no violino, Constança Monteiro, na
flauta transversal, e Daniel Mendes, no saxofone, que interpretaram
“Verdes são os campos” e “Milho verde”, de José Afonso.
Veio então um momento
aguardado com emoção por alguns elementos do público, todos eles antigos alunos
do orador – a intervenção de Jorge Paiva, subordinada ao tema
A biodiversidade e a humanidade.
No seu decurso, o botânico,
com mestria e energia, surpreendentes do alto dos seus 82 anos, avisou que só
mantendo a diversidade das espécies, vegetais e animais, se pode garantir o
equilíbrio ambiental.
Manuel Ribeiro interveio em seguida.
Afagando a guitarra portuguesa, que construiu com as suas mãos, deu a ouvir
“Verdes Anos”, de Carlos Paredes, e um medley de temas gandareses.
Depois, Patrícia Sá
tomou a palavra, com uma interação muito participada pelo público em torno de
“Educação e Sustentabilidade”. No espírito de todos, ficou presente que é
possível inverter o fluxo das assimetrias mundiais, partilhando melhor os
recursos e consumindo de uma forma mais responsável.
Para terminar, Sofia
Souto Moniz, narrou o conto “O ngungo e a jiboia”, uma metáfora sobre a
aprendizagem de novos comportamentos, em que o bem de todos se deve sobrepor ao
bem-estar individual.
No final, e obedecendo ao
espírito da tertúlia, nada foi comprado para oferecer aos convidados. As lembranças
saíram da horta (a sopa e a salada de flores do jantar, o berço de couves) e do
labor dos elementos BE (os sacos de cheiro foram feitos à mão e recheados com
ervas aromáticas recolhidas nos bosques de Mira).
A tertúlia, no seu nono ano,
foi de novo um acontecimento memorável o que leva a dizer… até para o ano!
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